Uma intensa onda de calor que atinge Portugal continental trouxe este fim de semana um novo recorde nacional de temperatura máxima para o mês de junho. No domingo, 29 de junho, a estação meteorológica de Mora, no distrito de Évora, registou 46,6 °C, o valor mais elevado alguma vez registado no país durante este mês.
As elevadas temperaturas foram acompanhadas por céu geralmente limpo e uma forte massa de ar quente, mas a estabilidade atmosférica nem sempre esteve presente. Vários concelhos do interior norte do Alentejo e da região Centro foram surpreendidos por trovoadas secas, por vezes acompanhadas de granizo — fenómenos pouco comuns, mas que se tornam mais frequentes em contextos de calor extremo e instabilidade térmica intensa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) mantém vários distritos sob aviso vermelho e laranja devido ao calor, com destaque para o interior do país. Em simultâneo, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou para risco “muito elevado” a “máximo” de incêndios florestais em dezenas de concelhos do norte e sul do território continental.
As autoridades apelam à população para que adote medidas de autoproteção, nomeadamente: evitar a exposição solar entre as 11h00 e as 17h00, manter uma boa hidratação, usar vestuário leve e claro, reduzir esforços físicos ao ar livre e procurar ambientes frescos. Foram também ativados planos de apoio a grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças crónicas.
A nova realidade térmica confirma uma tendência de verões cada vez mais extremos e prolongados, com impacto significativo na saúde pública, nos ecossistemas e no risco de incêndio rural.
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